O que aconteceu na economia? | Novembro de 2025

Cenário Externo

Novembro foi um mês marcado por forte agitação nos mercados globais, em que o tema de inteligência artificial ganhou protagonismo e acentuou a volatilidade. Em meio a dúvidas sobre a sustentabilidade do ritmo de investimento das grandes empresas de tecnologia em IA e sobre o impacto da emissão de novas dívidas para financiar esses projetos, os principais índices oscilaram de maneira relevante. A discussão em torno da IA também trouxe reflexões sobre a qualidade dos fluxos de caixa das empresas e o risco de saturação das expectativas, especialmente quando alguns papéis sofreram correções acentuadas, mesmo após resultados corporativos robustos.

Outro ponto que movimentou o mercado foi o debate em torno da política monetária nos Estados Unidos. A probabilidade de um corte de juros em dezembro oscilou bastante, influenciada tanto pela divulgação de dados econômicos quanto pela ausência de informações decorrente do shutdown do governo americano, que por quase dois meses interrompeu a publicação de estatísticas relevantes.

O discurso de John Williams, do Federal Reserve de Nova York, reiterando que ainda haveria espaço para ajustes na taxa básica em direção ao nível neutro, trouxe um alívio pontual e reforçou a percepção de que uma redução poderia ocorrer, ainda que o cenário permanecesse incerto. No agregado, o movimento refletiu uma disputa intensa de narrativas, que ampliou a heterogeneidade de posicionamento entre investidores ao longo do mês.

Cenário Local

O ambiente doméstico seguiu melhor do que no exterior, com a bolsa brasileira avançando de forma consistente e a curva de juros apresentando fechamento relevante ao longo do mês, beneficiado por fatores internos e externos, enquanto o fluxo estrangeiro continuou positivo, impulsionado tanto pelo elevado juro real doméstico quanto pela melhora gradual da percepção de risco doméstico.

O Banco Central manteve postura firme no combate à inflação, reiterando a necessidade de preservar a convergência para a meta, mesmo com pressões políticas por cortes prematuros. A comunicação permaneceu clara no reconhecimento de que a política monetária atual é suficientemente contracionista, mas ainda dependente de sinais mais profundos de desinflação.

Ao mesmo tempo, o IPCA em 12 meses aproximou-se do teto da meta e a atividade começou a mostrar sinais de arrefecimento, elementos que contribuíram para a percepção de que o ciclo de redução da Selic pode ganhar contornos mais definidos a partir de 2026.

Renda Fixa

A renda fixa teve desempenho positivo em novembro, beneficiada pela expectativa de queda de juros no horizonte mais amplo e pelo fechamento da curva, especialmente nos vértices intermediários. O CDI avançou +1,05% no mês, enquanto os prefixados, medidos pelo IRF-M, subiram +1,67%. Os títulos indexados à inflação também apresentaram desempenho robusto, com o IMA-B registrando +2,04%.

Renda Variável

Na renda variável internacional, o mês foi novamente marcado por volatilidade. A preocupação com os investimentos em IA pressionou principalmente os índices com maior peso em tecnologia, enquanto a temporada de resultados nos EUA trouxe sinais positivos sobre a resiliência dos lucros corporativos. Ainda assim, o S&P 500 encerrou o mês praticamente estável, com leve alta de +0,13%, após ter registrado quedas expressivas ao longo do período.

Nos demais mercados, a dinâmica também foi marcada por contrastes. O MSCI AC caiu -0,11% no período, pressionado principalmente pelo desempenho das bolsas asiáticas, enquanto o MSCI EM recuou -2,47% e o MSCI China registrou queda de -2,54%.

No mercado local, o Ibovespa manteve trajetória firme, subiu +6,37% e renovou máximas nominais, sustentado pela queda das taxas de juros, pelo fluxo estrangeiro e por resultados corporativos sólidos. A combinação de valuations ainda descontados e melhora gradual da percepção de risco doméstico seguiu favorecendo o movimento de realocação, enquanto setores mais sensíveis à economia doméstica se destacaram diante da perspectiva de afrouxamento monetário no horizonte.

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Luiz Forelli

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