O que aconteceu na economia? | Abril de 2025

Abril reforçou a complexidade do cenário macroeconômico global. Nos EUA, a combinação de tarifas agressivas, dados econômicos fracos e pressão política sobre o Fed (banco central americano) mantém a volatilidade elevada. Para o Brasil, a menor exposição às tarifas e o crescimento doméstico sustentam um ambiente mais favorável, apesar dos desafios de inflação e juros altos.

Cenário Externo

A retomada dos mercados em abril foi breve. Em 2 de abril, o presidente Donald Trump anunciou tarifas recíprocas com metodologia criticada por economistas como imprecisa e potencialmente recessiva. O S&P 500 caiu 12% em menos de uma semana, aproximando-se da marca de bear market (queda de 20%), enquanto o Nasdaq entrou oficialmente em mercado de baixa, com recuo superior a 24% desde dezembro.

Apesar da pressão, Trump suspendeu temporariamente a implementação das tarifas por 90 dias, mantendo alíquota mínima de 10% para quase todos os países, exceto a China, que enfrentará taxas de até 250%. A decisão visou mitigar a instabilidade no mercado de Treasuries (títulos do tesouro americano), onde juros de curto prazo caíram, refletindo aumento na percepção de recessão nos EUA. Esse ponto acabou sendo reforçado no último dia do mês, com a divulgação da primeira leitura do PIB do 1T25, que apontou queda de 0,3% na economia americana, ante expectativa de retração de 0,2%.

Apesar da contração geral, o consumo das famílias mostrou resiliência, crescendo 1,8% no trimestre, bem acima da expectativa de 1,2%. No entanto, esse contraste intensifica o dilema do Federal Reserve: cortar juros para mitigar a desaceleração ou manter a cautela diante do risco de reaceleração inflacionária.

Fato é que a velocidade da queda dos ativos, somada a recuos pontuais de Trump, fizeram com que os investidores voltassem a comprar ações nos EUA, principalmente as de tecnologia. A guerra comercial também impactou fluxos globais. A China, alvo principal das tarifas, viu saída de capital, enquanto Europa e América Latina tornaram-se destinos mais atrativos, com tarifas de 25% e 10%, respectivamente. O ouro, por sua vez, ultrapassou US$ 3.400/onça, refletindo aversão ao risco.

Cenário Local

As tarifas de Trump tiveram impactos relativamente menores ao Brasil, que foi incluído na categoria de menor alíquota (10%). Embora haja riscos de desaceleração global reduzindo demanda externa, o país se beneficiou do redirecionamento de comércio internacional. No agronegócio, exportadores brasileiros de soja, milho e proteínas ganharam competitividade frente aos EUA, impulsionando fluxo estrangeiro para o mercado local.

Domesticamente, o crescimento segue aquecido. O novo crédito consignado deve adicionar 0,6 ponto percentual ao PIB em 2025 e 2026, enquanto programas como o Minha Casa Minha Vida sustentam a demanda. No entanto, o Banco Central elevou a Selic em 0,5 ponto, levando-a a 14,75%, o maior nível em duas décadas, para conter a inflação acima da meta. A política monetária restritiva convive com uma política fiscal expansionista, gerando incertezas sobre o ritmo futuro de aperto.

Renda Fixa

O mercado de renda fixa brasileiro apresentou desempenho positivo em maio. O IMA-B (inflação) subiu 2,1%, e o IRF-M (prefixado) avançou 3,0%, superando o CDI (1,1%). No entanto, a Selic a 14,75% eleva custos de crédito e pode limitar crescimento se mantida por longo período.

Renda Variável

Enquanto o S&P 500 fechou estável (-0,1%), o MSCI ACWI subiu 1,4%, liderado por Europa e América Latina. A Europa, tarifada em 25%, ficou menos ruim no relativo enquanto segue cortando seus juros. Por sua vez, a América Latina ficou ainda “melhor”, com tarifas de “apenas” 10%. A China, prejudicada pelas tarifas, registrou quedas acentuadas. No Brasil, o Ibovespa avançou 3,7, beneficiado pela saída de capital dos EUA e pela recuperação pós-susto inicial.

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Luiz Forelli

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