Com uma dívida estimada em R$40bi e uma provável recuperação judicial, é possível que ocorra impacto negativo nas ações do setor bancário com o noticiário das Americanas. Ainda é pouco provável um risco sistêmico deste evento, mas efeitos pontuais devem surgir nos próximos dias.
Através de nossa análise da carteira dos fundos de investimento de ações, observamos que não houve grande impacto exceto por casos muito específicos. Por hora, há pouco risco de contaminação para o mercado de ações. Isso se da pelo fato do montante total das ações (Market Cap) da Americanas não representar uma “fatia” grande da Bolsa, e poucos fundos locais estarem fortemente posicionados nas ações da empresa.
No mercado de crédito, a história é um pouco mais complexa. A empresa tem uma grande dívida bancária e também dívida a mercado (debenture, risco sacado e etc). O mercado de crédito tem pouca liquidez (comparado ao mercado de ações) e os papéis da empresa estão operando em volume reduzido frente a exposição do mercado a empresa. Além disso, fundos de volatilidade baixa e fundos com liquidez alta de resgates (D0 a D10) sofreram perdas relevantes na marcação do papel entre 0,5% e 2% dentro de 1 dia, números elevados para este tipo de produto. Isso pode levar, eventualmente, a um movimento de resgate de produtos deste nicho, levando a uma onda de vendas de papeis High Grade (HG) e a abertura de taxas e spreads desses papéis.
No entanto, não vemos um risco sistêmico no mercado de crédito, tampouco uma onda de default ou recuperações judiciais. Por ora, Americanas parece um caso isolado.