Carta Mensal – Maio / 2024

O mês de maio começou com uma notícia positiva para os mercados globais: o índice de inflação CPI dos Estados Unidos avançou apenas 0,3% em abril, abaixo dos 0,4% registrados em março. Simultaneamente, o índice de inflação PCE, preferido pelo Banco Central Americano (Federal Reserve), também apresentou aumento de 0,3%, alinhado às expectativas e reforçando a tendência de que a inflação está se aproximando da meta anual de 2% estabelecida pelo banco central americano.

Apesar dos sinais de desaceleração da inflação, a atividade econômica nos EUA continua robusta, e o Federal Reserve (Fed) segue inclinado a manter ou aumentar as taxas de juros, atualmente entre 5,25% e 5,5%, indicando que um ciclo de redução dos juros ainda parece distante, o que pressionou para baixo as bolsas nos últimos dias de maio.

Os mercados, no entanto, foram sustentados por desempenhos excepcionais de grandes empresas de tecnologia, como Apple e Nvidia, cujos resultados financeiros superaram as expectativas. A próxima reunião do Fed, prevista para meados de junho, é crucial para indicar a direção futura das taxas de juros.

No Brasil, o mês foi marcado pela aversão ao risco, refletida na retirada de capital de mercados emergentes diante das incertezas econômicas e juros elevados nos EUA. Somado a isso, destacam-se as preocupações com o cumprimento da meta fiscal de déficit zero para este ano. Também foi um mês marcado pelo desastre climático e humanitário no Rio Grande do Sul, que pode ter um impacto no PIB do país e, em alguma medida, acelerar a inflação de alimentos. Além disso, a recente troca na presidência da Petrobras levantou preocupações sobre a ingerência política e as consequências para a meta fiscal, uma vez que previsões de lucros menores para a companhia podem comprometer os dividendos significativos para a para o próprio governo que é a controladora da petroleira.

Renda Fixa

O cenário macroeconômico doméstico e global não ajudou muito, o FOMC, comitê de política monetária americano, decidiu manter os juros dos Estados Unidos inalterado, no intervalo de 5,25% a 5,50%.

Na semana seguinte, foi a vez do Comitê de Política Monetária (Copom) nacional, do Banco Central (BC), anunciar sua decisão de frear no corte da taxa básica de juros por aqui, que vinha num ritmo de 0,5 ponto percentual e passou para 0,25 ponto percentual, levando a Selic para o patamar dos 10,5%.

Neste cenário, os títulos atrelados a inflação se destacaram: CDI (+0,83%), IMAB (+1,33%) e IRFM (+0,66%).

Multimercado

O índice IHFA apresentou um desempenho negativo, registrando uma rentabilidade de (-0,31%) até 28/05. No acumulado do ano observou-se uma rentabilidade de -0,52%, enquanto nos últimos 12 meses apresentou uma alta de +6,14%.

Para fins de alocação, a posição visa capturar a gestão ativa, sobretudo em cesta de moedas e curvas de juros estrangeiras que usualmente não temos exposição direta. Continua sendo importante geradora de resultado por uma questão de diversificação.

Renda Variável

Nos Estados Unidos, o Dow Jones cresceu 2,30%, enquanto o S&P 500 avançou 4,80% e o Nasdaq teve um aumento significativo de 6,88%, marcando o melhor desempenho para o mês desde 2005. No Brasil, o Ibovespa teve um mês difícil, recuando 3,04% e acumulando uma queda de 9,01% no ano de2024, um dos piores desempenhos para os primeiros cinco meses do ano desde 2010.