Carta Mensal – Março / 2024

Carta do Consultor

A economia americana continuou mostrando um ritmo de crescimento robusto neste primeiro trimestre, acompanhado de uma inflação mais volátil, mas que segue em trajetória de desaceleração. O consumo americano mostrou recuperação em fevereiro, impulsionada principalmente pelos serviços e, em menor medida, pelos bens.

O mercado de trabalho segue como uma força vital para esse crescimento, garantindo um consumo robusto. Com a criação de 264 mil empregos nos últimos três meses e indicadores de desemprego e demissões apontando para uma economia forte, há uma pressão natural sobre a inflação.

Em março, o FOMC (comitê vinculado ao Banco Central Americano) destacou o crescimento econômico robusto e manteve a previsão de reduzir as taxas de juros três vezes ao longo do ano. A decisão foi vista com bons olhos pelo mercado, que temia uma postura mais rígida do Banco Central Americano.

No Brasil, a preocupação com as finanças públicas e a capacidade do governo de ajustar suas contas tem impactado os investimentos de risco. A inflação, levemente acima do esperado, veio com surpresas principalmente em categorias voláteis como alimentos.

O Banco Central, mantendo-se vigilante, reduziu a taxa Selic em 0,50 pontos percentuais, sinalizando uma abordagem mais cautelosa para os próximos cortes, dependendo da situação econômica até junho.

Renda Fixa

No mercado de renda fixa, o índice de destaque foi novamente o CDI, dadas as incertezas em torno da política monetária americana e as crescentes preocupações com a situação fiscal do Brasil e a capacidade do governo de gerar receitas extras e/ou cortar despesas. As taxas de juro reais de longo prazo aumentaram para 5,82% em março, acima dos 5,65% no final de fevereiro e dos 5,37% no final de 2023.

Sendo assim, novamente o CDI teve um desempenho superior na renda fixa: CDI (+0,83%), IMAB (+0,08%) e IRFM (+0,54%).

Multimercado

O índice IHFA apresentou um desempenho positivo, registrando uma rentabilidade de (+0,65%) até 26/03. No acumulado do ano, contudo, observou-se uma queda de +0,47%, enquanto nos últimos 12 meses apresentou uma alta de +8,95%.

Para fins de alocação, a posição busca capturar a gestão ativa, sobretudo em cesta de moedas e curvas de juros estrangeiras que usualmente não temos exposição direta. Continua sendo importante geradora de resultado por uma questão de diversificação.

Renda Variável

Foi um início de ano difícil para as ações brasileiras. O Ibovespa terminou o mês com desempenho negativo (-0,71%) e encerrou o 1T com queda de -4,53%. A preocupação com a situação fiscal do país e o ajuste nas expectativas de corte de juros nos EUA impactaram o mercado, levando a uma saída significativa de capital estrangeiro das ações brasileiras – R$ 24 bilhões saíram de ações brasileiras no primeiro trimestre de 2024, eliminando a maior parte dos R$ 38 bilhões de entradas em novembro & dezembro do ano passado.

Por fim, a melhora agora traz dúvidas sobre o ritmo de corte nas taxas de juros pelo Banco Central, com expectativas de manutenção em torno de 9% até o final de 2024.

O S&P 500 apresentou uma alta de 3,10% no mês, totalizando 10% em 2024. O resultado positivo foi fruto das expectativas de 3 cortes de juros pelo Fed, iniciando em junho, e a temática de inteligência artificial